mércores, 22 de xullo de 2015

Compostela: Quando a rua tem memória

A rua tem memória porque a rua é do povo, e o povo lembra a sua gente.

Já passárom quase oitenta anos desde aquele nefasto 18 de Julho de 1936. Oito décadas desde que a barbárie, envolta na “rojigualda” e acubilhada sob a cruz católica, arrasou o nosso país a lume e ferro. Oitenta anos que som umha lousa que ainda hoje andamos a tentar tirar de cima.
Por isso é fundamental lembrar. Lembrar os factos e lembrar as pessoas.
Desta volta quigemos voltar a ter nas ruas quatro das vítimas daquela barbárie. Quatro que escolhemos entre os centos de vizinhos e vizinhas da nossa cidade que naquele 18 de Julho passárom a ser proscritos.
Pola Rua do Vilar voltará a passear o nosso Ángelo Casal. O derradeiro presidente municipal do período republicano. Quantas vezes teria passado por esta rua caminho da Imprenta Nós que regentava? Quantas vezes mais poderia ter passado de nom ter sido detido e passeado?
Na Rua das Hortas damos com Eduardo Ponte Carrazedo, O Nécoras. Na rua por onde seguro que tinha caminhado em inumeráveis ocasions quando ia ou vinha da sua morada no Campo das Hortas. Caminho que nom puido voltar a fazer porque houvo a quem a sua actividade sindical e o seu furibundo anticlericalismo lhe parecêrom motivos para decretar a sua morte.
E lá em cima, na Rua de Santa Clara podemos ver mais umha vez Maruja e Corália. Mui pertinho da casa na Rua de Baixo onde vivêrom toda a vida. A mesma casa aonde os esbirros do fascismo iam na procura de informaçom para poderem localizar, deter e assassinar os irmaos fugidos. Informaçom que nom saía das bocas das duas irmás. Umha mostra de firmeza e lealdade que as Fandinho Ricart pagárom com maus tratos e vexaçons sem fim.
Quatro histórias, quatro nomes, quatro pessoas que por um momento voltarám a estar nas ruas em que vivêrom. Porque a rua tem memória e lembra quem som os seus.

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