«Na Universidade tivem o prazer de ser aluna do professor Estraviz, e foi nessa altura quando figem uma ideia mais precisa sobre o reintegracionismo».
A ourensana Laura Garcia é sócia da AGAL. Conheceu o reintegracionismo nas aulas da Escola de Magistério, através do professor Estraviz, mas só decidiu dar o passo no passado verão. Atualmente é professora de infantil em Cambados e amossa-se preocupada polo efeito desgaleguizador do ensino, mas também acha que nem tudo está perdido. Nasceste em Ourense. Como foi desde o início o teu relacionamento com o galego?Infelizmente, o mais frequente nas cidades galegas foi que os pais falassem galego entre eles e castelhano aos filhos e às filhas. Mas no meu caso, não era exatamente assim, pois o meu pai fala habitualmente em castelhano e foi esta a língua com que fum criada. Posso dizer que a principal via que tinha de cativa de acesso ao galego eram os desenhos da TVG, pois na escola o castelhano era também a língua habitual do professorado e das minhas amigas.
Conheceste o reintegracionismo nas aulas da Escola de Magistério. Conta-nos um pouco mais sobre isto e por que decidiste dar o passo para o galego internacional?
A primeira notícia que tivem do reintegracionismo chegou durante o bacharelato por meio do irmão mais velho de uma amiga, e pensei: «escreve em português!», parecia-me uma cousa esquisita. Depois, na Universidade, tivem o prazer de ser aluna do professor Estraviz, e foi nessa altura quando figem uma ideia mais precisa sobre isto. Decidim dar este passo agora porque este verão, fazendo o Caminho de Santiago -que dá para falar muito- tivem uma conversa sobre a língua que me fijo refletir sobre esta questão e resolvim que era o momento de apostar por situar o galego no quadro que lhe corresponde por natureza, o da lusofonia.
Na atualidade és professora de infantil num centro de Cambados. Em que ponto pensas que está a incidência da desgaleguização nos miúdos galegos?
A desgaleguização está num ponto no qual há menos famílias que falem galego com as crianças e, as que sim o falam, ao chegarem à escola, polo contacto com os seus iguais acabam falando castelhano os poucos galego-falantes que entram. Precisaríamos de um programa mais ambicioso de imersão linguística para poder corrigir esta tendência pois, com a lei atual, é mui difícil invertê-la.
Achas que a inclusão do português nas aulas poderá ajudar à recuperação ou valorização da língua?
Eu sou das que pensam que não está tudo perdido. O português ajudaria a revalorizar a língua e também a que as e os estudantes vissem a proximidade das duas variantes e o grau de castelhanização do nosso galego. Além disto, considero que a aprendizagem da ortografia internacional seria muito rendível do ponto de vista laboral, o qual é sempre um valor acrescentado para a língua.
Este verão assististe ao novo curso da AGAL, o aPorto Plus. Tiraste proveito dele? De que gostaste mais?
O curso foi fantástico, aprendim e gozei a partes iguais. Recomendo-o a todo o mundo. Gostei muito com o tema da arte na rua, as noites de música e poesia, a ceia africana na Filomena… Ademais, o ambiente gerado polas pessoas assistentes, pola organização e palestrantes ajudou muito.
E continuas com mais formação, porque também queres fazer o curso Falarmos Brasil. Quais são as motivações e expetativas para mergulhares neste curso?
A minha motivação e continuar a aprender. Uma vez tomada a decisão de apostar na ortografia internacional é fundamental aproveitar todas as ferramentas para formar-se.
Que visão tinhas da AGAL, que te motivou a te associares e que esperas da associação?
A verdade é que não tinha conhecimento da existência da AGAL até há pouco tempo. Vim que a sua linha de atuação é mui positiva para o futuro da língua e considero que as pessoas que partilhamos a mesma visão a este respeito devemos estar em contacto e colaborar no que melhor saibamos fazer cada uma de nós.
Como gostarias que fosse a «fotografia linguística» da Galiza em 2030?
Pois uma cousa tão simples como que os nenos e nenas que falem em galego continuem a fazê-lo quando medrarem e que quem não o fale -como foi o meu caso- que se incorporem mais adiante.
Conhecendo Laura
- Um sítio web: pinterest.com
- Um invento: a Internet
- Uma música: o rock
- Um livro: O Conde de Montecristo, de Alexandre Dumas
- Um facto histórico: a revolta irmandinha
- Um prato na mesa: as croquetes
- Um desporto: zumba
- Um filme: Amélie, de Jean-Pierre Jeunet
- Uma maravilha: a música
- Além de galega: difícil resposta…
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