Os dados feitos públicos recentemente sobre os usos do galego na
Galiza som realmente preocupantes mas nom mostram nada de novo.
Confirmam umha realidade: umha grande perda de falantes, sobretodo
porque o pessoal mais jovem fala muito menos galego, sendo nas cidades
quase inexistente. Para enfrentar esta crise temos que ser capazes de
combinar otimismo e realismo em grandes doses. O nosso nom é um caso
perdido. Há exemplos na história de línguas ainda em piores situações e
que fôrom recuperadas. Nós também podemos, é claro que podemos, mas
necessitamos mudar as estratégias já agora. Como sociedade, temos que
mudar e exigir ao poder galego que nos acompanhe e que contribua -com o
nosso dinheiro- a nom perdermos este nosso tesouro. O galego tem de ser a
argamassa e ponto de uniom da nossa coletividade, é em grande parte por
ele que existimos como comunidade. É muito o proveito que podemos tirar
da língua própria da Galiza.
Temos muita sorte porque o galego, que internacionalmente é mais
conhecido como português, é umha das línguas com maior pujança global e a
única presente nesse triángulo Europa-África-América do Sul. Trilátero
do que nós poderíamos ser vértice principal e privilegiado ao sermos
nativos também para comunicar com esse outro eixo América-Europa que é
tecido por volta do castelhano. Há que superar esta fase atual em que as
ideias aparecem simplesmente num papel mas depois nom tenhem umha
aplicaçom prática. Temos que começar a investir na nossa língua e depois
recolheremos o fruito desse investimento. Podemos multiplicar as
despesas por 10 porque os nossos benefícios multiplicarám-se por 100,
tudo mui barato, com 0,7% arranjamos.
Esta é, por sinal, a época do ano em que se apresentam e aprovam os
orçamentos galegos e mais umha vez as rubricas destinadas à língua som
ínfimas, praticamente nom investimos dinheiro na nossa maior criaçom
coletiva como povo. Dos 8.400M€ do orçamento global da Junta de Galiza
tam só pouco mais de 6M€ som investidos no galego, só 0,07% do total é
destinado à política lingüística. Umhas cifras insuficientes e que
devemos exigir que sejam maiores. Necessitamos 0,7% para o galego já,
porque esses 60M€ poderiam ser investidos, fundamentalmente, na
atualizaçom e implementaçom do PXNL -e talvez para redigir umha nova
estratégia- assim como no desenvolvimento da Lei Valentim Paz Andrade.
Ambas as leis foram aprovadas por consenso de todos os grupos políticos
no Parlamento da Galiza e com um alargado apoio social.
Só 0,7%, esse é o New Deal -o Novo Acordo- de que precisa a nossa língua. Multipliquemos o orçamento x10 para multiplicar a língua x100.
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