O sistema patriarco-burguês tem
múltiplas ferramentas ao seu dispor para isolar-nos e criar
individualismos que só nos condenam à passividade e ao conformismo. Dai
que a nossa melhor aliada seja umha resistência feminista conduzida pola
luita organizada.
Sermos mulheres dumha classe dominada numha naçom oprimida provoca
que as agressons patriarcais que sofremos devam ser sempre analisadas
desde esta tripla vertente. Só assim podemos identificá-las como o que
som: parte dum mecanismo de controlo estratégico cuja finalidade é que
desempenhemos a funçom que o sistema nos reserva no processo de
acumulaçom do capital. Na atualidade, a crise sistémica fai que a
necessidade de que as mulheres executemos eficazmente este papel seja
mais importante do que nunca; polo que a violência exercida sobre nós
adquire umha maior dimensom.
Sabemos que o sistema capitalista está disposto a utilizar qualquer
meio que for necessário para garantir a sua supervivência, e os seus
polivalentes ataques adquirem múltiplas formas. Alguns destes ataques
mais evidentes, como as agressons físicas e verbais no seio das relaçons
afetivo-sexuais, assim como o assédio e agressons sexuais, som claras
mostras de como se geram as condiçons objectivas e subjectivas para que
as mulheres sejamos controladas e coacionadas polo medo a violência:
evitar ir sós de noite a determinados lugares, nom levar certas roupas,
nom realizar atividades que poidam desatar os ciúmes do companheiro,
etc. A este tipo de ataques devemos acrescentar aquelas de carácter mais
subtil: violência estética, violência simbólica... que à sua vez minam
as nossas consciências e condicionam enormemente a nossa capacidade de
defesa: somos vítimas dum elaborado programa formativo cuja objetivo é
que sejamos submissas, passivas e subordinadas.
Porém, a auto-organizaçom feminista nom só nos ajuda a detetar todas
estas agressons senom que é a nossa melhor ferramenta para fazer-lhes
frente: permite criar umha resposta coletiva que, de maneira organizada,
atinja o alvo com maior contudência. A auto-organizaçom é a que nos
outorga as armas com as que poder luitar a dura batalha que temos por
diante pola libertaçom nacional e social de género.
Nom precisamos de ninguém que nos proteja. Somos fortes, rebeldes e
estamos organizadas. Agindo juntas somos capazes de luitar contra quem
legisla sobre os nossos corpos e contra quem pretende controlar a nossa
sexualidade. Rebeldes e raivosas luitaremos contra o sistema
patriarco-burguês que nos explora como mulheres da classe trabalhadora
galega. Só auto-organizadas somos quem de fazer umha vitoriosa
resistência contra quem nos agrade.
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