Quês e porquês do reintegracionismo é
um ameno breviário da estratégia reintegracionista para a recuperaçom
da língua galega, à vez que um percurso polo movimiento social que esta
gerou desde os anos ’80. Da autoria de Joseph Ghanime, Beatriz Peres,
Valentim Fagim e Eduardo Maragoto —coordenados por José Ramom Flores—,
este livro nom está pensado para especialistas e professores, mas para
«gente do comum, que queira conhecer de primeira mao os quês e os
porquês do reintegracionismo».
Longe
da assustadora agressividade verbal e filologismo dos debates que
abundam na rede, no Quês e porquês encontram-se argumentos claros, bem
explicados e até divertidos.
O tipo de perguntas que aparecem no livro som, nem mais nem
menos, as que se fam nas ruas e nas tavernas: «Por que escrevedes tam
'raro'?», «Por que os portugueses nos falam em castelhano?», ou
«Queredes ser portugueses?»; isto é, as perguntas que realmente há que
responder. Mas o afám didático e o esforço comunicativo nom exclui um
grande número de referências —bibliográficas e na rede— que permitem
aprofundar nos temas que mais interessem à leitora. Entre elas destacam
as citaçons de clássicos da cultura galega e, sobretodo, as comparaçons
com outros conflitos linguísticos semelhantes. Ótima ferramenta para
desatoar preconceitos rochosos. Com certeza, o reintegracionismo é o
movimiento social galego que mais se esforçou nos últimos anos por
transcender as fronteiras comunicativas e este livro é um bom exemplo
desse trabalho de achegamento no discurso. Algo do qual deveria tomar
nota o movimiento político encerrado no discurso para consumo interno e
as linguagens privadas.
Finaliza o breviário com vários apêndices, entre os quais se conta o
intitulado «Dificuldades da ortografia portuguesa». Nele desenvolve-se
umha teoria já defendida por Eduardo S. Maragoto em algumha palestra: o
de que, contra o tópico, «a ortografia portuguesa adapta-se melhor às
falas galegas do que às falas de Portugal, do Brasil ou de Angola». Um
novo e interessante argumento a debater.
Quês e porqués do reintegracionismo é, enfim, o presente ideal para
aquelas pessoas que se acham à beira do salto do Ñ para o NH.
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