Este ano a DPG não celebrará, como era costume, o seu encontro anual de outono, o que não significa que não se juntem com as sócias e os sócios para tratar algum dos assuntos que ocupam a DPG e com os que se preocupam, enquanto coletivo de Docentes de Português na Galiza. Só que este vai ser um encontro diferente: não vão estar eles e elas sós, e por fim terão a oportunidade de contar ao mundo (ao mundo do ensino do português, entenda-se) a sua experiência; "não vamos ser só nós a ouvir-nos, a cismar nos problemas já conhecidos e comuns a todos; e vamos poder conhecer também outras experiências. Para nós, como associação e como profissionais, isso será todo um enriquecimento".
Toda esta situação, diferente da
habitual e tão enriquecedora, será possível por cortesia da SIPLE,
empenhamento da AGLP, e a própria disponibilidade da DPG e outras
organizações para apoiar na organização e acolher. A SIPLE como
promotora internacional deste evento, a AGLP como promotora na Galiza e a
DPG como apoiante num evento deste tipo, implica uma grande
responsabilidade, assim como o reconhecimento dificilmente quantificável
que será situar a Galiza, berço do galego-português, como coração e
casa de um encontro de projeção internacional. O acontecimento conta
também com o apoio doutras associações como a Agal e a APP (Associação
de Professores de Português de Portugal), e instituições como a Xunta de
Galicia e o próprio Museu do Povo Galego, que desde o início desta
proposta facilitaram a sua realização disponibilizando a sua sede como
espaço do evento.
Esperam-se comunicações e debates de todo o tipo,
desde experiências que são levadas a cabo na Galiza com a língua
portuguesa – ora como próprio alvo, ora como língua veicular em
diferentes níveis de ensino curricular – até outro tipo de propostas
pedagógicas e didáticas que são realizadas na Galiza com o português –
isto a nível do que temos para oferecer; já no que toca ao que poderemos
assistir e do que poderemos aprender, haverá novas visões e estados da
questão sobre a presença da língua portuguesa num espaço
multilinguístico; a importância ou não da institucionalização de uma
visão multilingue para a mais justa projeção da língua; ou a questão
específica de criação de materiais e formação de docentes de língua
portuguesa em espaços de convivência de várias línguas, e possíveis
maneiras de como isto talvez deva ser encarado.
Na Galiza, que poderíamos considerar como a mátria da
língua galego-portuguesa, sofre-se um défice de atenção à própria
língua e, por causa disso, o conhecimento da língua portuguesa tem sido
completamente negligenciado até o momento, tanto por instituições como
pela própria sociedade, o que teve graves consequências, como a atual
falta de conhecimento formal da língua por parte da maioria da sociedade
e, portanto, a falta de uma competência comunicativa realmente
eficiente e de qualidade num âmbito que (por história, tradição,
vinculação e até por leis europeias) devia ser plenamente competente de
seu.
Portanto, o lugar escolhido pela SIPLE para o
simpósio deste ano 2015, Compostela, é um facto relevante e que não se
pode obviar. "A questão de situar a Galiza no mapa como um lugar
estratégico do ensino do português no mundo, quando, salvo exceções, os
simpósios da SIPLE se vinham celebrando no Brasil, há-de ter a
transcendência social que merece, e só depende de nós e das autoridades
competentes aproveitar estas circunstâncias privilegiadas que nos dá
termos nascido na Galiza", explicam os e as DPG.
Ningún comentario:
Publicar un comentario