luns, 17 de outubro de 2016

20 ANOS JÁ DE EXISTÊNCIA. A CPLP do futuro

Na comemoração dos vinte anos,  o Presidente da  Assembleia da República portuguesa defende que a CPLP deve projetar-se como uma comunidade de cooperação, de comércio, de desenvolvimento económico e de segurança.

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) celebra os vinte anos de existência. Os actos oficiais, iniciados já em Julho, continuaram nesta quarta-feira em Lisboa com a realização de um seminário comemorativo, presidido por Eduardo Ferro Rodrigues, na Sala do Senado, que debateu, num conjunto de painéis temáticos, o futuro institucional da Comunidade, a promoção da língua e da cultura, e a dimensão da diplomacia económica.
Eduardo Ferro Rodrigues defendeu que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) "do futuro" deve honrar a "memória e a visão" da sua fundação, há 20 anos, enquanto aprofunda a cooperação, o comércio e a segurança.
Povos que partilham língua
A ideia de uma comunidade de países e povos que partilham a língua portuguesa, depois de vários passos que foram sendo dados na sua prossecução, foi concretizada a 17 de julho de 1996, em Lisboa, com a realização da cimeira de Chefes de Estado e de Governo que marcou a criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Reunindo originalmente Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe, a Comunidade foi alargada em maio de 2002, quando Timor-Leste se tornou o oitavo país membro, e em 2014, com o processo de adesão da Guiné Equatorial.
"Saibamos honrar a memória e a visão dos fundadores através da construção dessa CPLP do futuro"

"Saúdo a visão da geração de estadistas que há 20 anos souberam ultrapassar bloqueios anacrónicos e assim fundar a CPLP, uma nova comunidade no concerto das nações, que tem por base uma história e uma língua comum, uma profunda ligação entre povos e culturas, mas que se projeta cada vez mais como uma comunidade de cooperação, de comércio, de desenvolvimento económico e de segurança", disse Ferro Rodrigues.
Sarar as feridas do colonialismo
Ferro Rodrigues sustentou que a "condição europeia" de Portugal "não é incompatível" com as vocações atlântica e universal, da mesma forma que "a independência dos povos de língua portuguesa também não implica uma política de costas voltadas em relação a Portugal". "Saramos, sarámos e continuamos a sarar as feridas do colonialismo", declarou.
"Em nome dos laços históricos e culturais que unem os povos de língua portuguesa, em nome interesses estratégicos comuns, Portugal reforça-se na Europa graças à sua vocação atlântica e universalista, e também no mundo, e os restantes países de língua portuguesa reforçam-se na relação com a Europa e com um Portugal democrático e europeu", acrescentou Ferro Rodrigues.

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