Os adversários da normalização das línguas
minoradas periféricas costumam aduzir como justificação do estado destas
línguas que a sua situação de declínio obedece a um processo de
evolução natural em que é abandonada pelos próprios utentes da língua
para passar a línguas mais vigorosas e perfeitas. Este processo de
decaimento seria inevitável e converte em vãos e inúteis todos os
esforços que se façam para evitá-lo. Deste modo acalmam a sua
responsabilidade e justificam as medidas que se põem em prática para
continuar erosando estas línguas e impedindo que agromem e se
recuperem.
Eu não vou falar de todas as medidas que se podem pôr ou de facto se adotam para perverter a situação do galego. Somente vou falar de dous casos que me aconteceram na minha experiência quotidiana, que considero como sintomáticos do que está a acontecer com a nossa língua.
Creio que deveriam, como mínimo, oferecer-nos a opção de eleger a língua em que também a máquina se dirigisse a nós, e ter suficiente pessoal preparado para atender na nossa língua sem ser penalizado com demoras na atenção por falar em galego. Evidentemente, um cidadão galego optará por falar em espanhol para solucionar o problema antes de suportar essa delonga. Já faz uns meses lhe chamei á oficina do BNG do Concelho de Santiago para advertir-lhe o que estava a passar, e disseram-me que lhe enviasse os dados para poder intervir. Como ando metido em mais cousas das que podo fui deixando-o, e aproveito agora para que os diversos grupos políticos conheçam a situação e podam tomar as medidas que considerem oportunas.
O seguinte caso refere-se á empresa elétrica EDP, Energia de Portugal, da que sou cliente desde que faz uns anos me cansei dos abusos de Gas Natural Fenosa. Qualquer que telefone a esta empresa pode observar que lhe dão a opção de falar em espanhol, basco, catalão e inglês, mas não oferecem a opção de ser atendido em galego. Reclamei já várias vezes por considerar que esta política constitui um agravo comparativo importante para qualquer cidadão galego, mas limitam-se a tomar nota, e assim desde faz tempo. O País Basco tem perto de meio milhão menos de habitantes que a Galiza, mas tem uma melhor consideração para esta empresa que o nosso país. Pode ser devido a que o País Basco tenha mais clientes que a Galiza, mas é impossível que tenham mais clientes ingleses que galegos.
Como vemos, a patranha do maior vigor do espanhol reduz-se ao apoio e as políticas obstrutivas do conglomerado oligárquico econômico-financeiro que, com esta política pode incrementar os seus benefícios porque aforra em pessoal preparado para falar e responder noutras línguas que o espanhol. Como dizia Castelao, o citado conglomerado levam a pátria na sola dos zapatos, ou melhor, levam a pátria na carteira, e isso não se aplica só ao galego senão, com a globalização, também ao mesmo espanhol, como se vê agora com o mimetismo que se produz no caso do inglês.
Como o conglomerado econômico-financeiro está ligado também á classe social, neste caso de direitas, isso explica por que os partidos liberal-conservadores sejam menos respeitosos com as línguas que os da esquerda. No caso galego, a pouca identificação do próprio governo galego com a sua língua diminuiu a auto-estima dos cidadãos para com o próprio idioma, e, de acordo com um axioma que se cumpre inexoravelmente, quando um se despreza a si mesmo tampouco vai ser respeitado pelos demais.
Eu não vou falar de todas as medidas que se podem pôr ou de facto se adotam para perverter a situação do galego. Somente vou falar de dous casos que me aconteceram na minha experiência quotidiana, que considero como sintomáticos do que está a acontecer com a nossa língua.
Manifestei-lhe que deviam ter pessoal preparado para atender em galego por tratar-se duma empresa radicada também na nossa terra da que extrai parte dos seus benefíciosO primeiro caso tem como representante á empresa concessionária do serviço de áuga em várias localidades galegas e espanholas, entre elas Santiago. Trata-se de Viaqua. O martes desta semana telefonei ao número 900 201 230 para transmitir-lhe a leitura do contador de áuga, e fui introduzindo os dados tal como me pedia a máquina, que como é boba, só entende e fala o espanhol. Diz-me que a leitura não pôde ser registrada e que me passa co um agente, e ao constatar que se me falava sempre em espanhol, manifestei-lhe que deviam ter pessoal preparado para atender em galego por tratar-se duma empresa radicada também na nossa terra da que extrai parte dos seus benefícios. Retrucou-me que si têm pessoal que fala em galego e que se queria me passava com ele. Respondi-lhe que si queria, sempre que, como já me passou com esta empresa em vezes anteriores, não tivesse uma demora importante na resposta. Disse-me que não me preocupasse que era rápido, e passou-me, mais a demora em colher-me o telefone foi demasiado longa para a minha paciência e, já cansado de ouvir: “em breves momentos Le atenderemos”, colguei o telefone.
Creio que deveriam, como mínimo, oferecer-nos a opção de eleger a língua em que também a máquina se dirigisse a nós, e ter suficiente pessoal preparado para atender na nossa língua sem ser penalizado com demoras na atenção por falar em galego. Evidentemente, um cidadão galego optará por falar em espanhol para solucionar o problema antes de suportar essa delonga. Já faz uns meses lhe chamei á oficina do BNG do Concelho de Santiago para advertir-lhe o que estava a passar, e disseram-me que lhe enviasse os dados para poder intervir. Como ando metido em mais cousas das que podo fui deixando-o, e aproveito agora para que os diversos grupos políticos conheçam a situação e podam tomar as medidas que considerem oportunas.
O seguinte caso refere-se á empresa elétrica EDP, Energia de Portugal, da que sou cliente desde que faz uns anos me cansei dos abusos de Gas Natural Fenosa. Qualquer que telefone a esta empresa pode observar que lhe dão a opção de falar em espanhol, basco, catalão e inglês, mas não oferecem a opção de ser atendido em galego. Reclamei já várias vezes por considerar que esta política constitui um agravo comparativo importante para qualquer cidadão galego, mas limitam-se a tomar nota, e assim desde faz tempo. O País Basco tem perto de meio milhão menos de habitantes que a Galiza, mas tem uma melhor consideração para esta empresa que o nosso país. Pode ser devido a que o País Basco tenha mais clientes que a Galiza, mas é impossível que tenham mais clientes ingleses que galegos.
Como vemos, a patranha do maior vigor do espanhol reduz-se ao apoio e as políticas obstrutivas do conglomerado oligárquico econômico-financeiro que, com esta política pode incrementar os seus benefícios porque aforra em pessoal preparado para falar e responder noutras línguas que o espanhol. Como dizia Castelao, o citado conglomerado levam a pátria na sola dos zapatos, ou melhor, levam a pátria na carteira, e isso não se aplica só ao galego senão, com a globalização, também ao mesmo espanhol, como se vê agora com o mimetismo que se produz no caso do inglês.
Como o conglomerado econômico-financeiro está ligado também á classe social, neste caso de direitas, isso explica por que os partidos liberal-conservadores sejam menos respeitosos com as línguas que os da esquerda. No caso galego, a pouca identificação do próprio governo galego com a sua língua diminuiu a auto-estima dos cidadãos para com o próprio idioma, e, de acordo com um axioma que se cumpre inexoravelmente, quando um se despreza a si mesmo tampouco vai ser respeitado pelos demais.
Qualquer que telefone a esta empresa pode observar que lhe dão a opção de falar em espanhol, basco, catalão e inglês, mas não oferecem a opção de ser atendido em galegoO problema não é só de língua senão que também é de inter-comunicação, de tal modo que se pode observar como na época da comunicação a gente pode comunicar-se pessoalmente muito menos com as empresas e com os organismos públicos. Hoje vemo-nos obrigados a comunicar-nos a través de máquinas ou com interlocutores cada vez menos facultados para resolver problemas, salvo os rotineiros, de modo que muitas vezes um cidadão não tem mais alternativa que apresentar reclamações ante os organismos competentes. Sirva como exponente do que dizemos o facto de que não fui capaz de lograr que uma empresa elétrica me faturasse corretamente o consumo de gás do período 20/12/2015 a 12/02/2016, apesar de reconhecer todos os empregados tanto presencialmente como por telefone que tinha razão. Como a diferença não era mais que dum euro e pico aproximadamente, não considerei oportuno apresentar reclamação ante o Instituto Galego de Consumo. Esta factura não somente véu mal para mim senão para todos os espanhóis aos que se lhe faturou por este período, mas não vou entrar em explicações porque seria prolixo.
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