luns, 24 de novembro de 2014

Reintegracionismo de rua

Quês e porquês do reintegracionismo é um ameno breviário da estratégia reintegracionista para a recuperaçom da língua galega, à vez que um percurso polo movimiento social que esta gerou desde os anos ’80. Da autoria de Joseph Ghanime, Beatriz Peres, Valentim Fagim e Eduardo Maragoto —coordenados por José Ramom Flores—, este livro nom está pensado para especialistas e professores, mas para «gente do comum, que queira conhecer de primeira mao os quês e os porquês do reintegracionismo».
Longe da assustadora agressividade verbal e filologismo dos debates que abundam na rede, no Quês e porquês encontram-se argumentos claros, bem explicados e até divertidos.
O tipo de perguntas que aparecem no livro som, nem mais nem menos, as que se fam nas ruas e nas tavernas: «Por que escrevedes tam 'raro'?», «Por que os portugueses nos falam em castelhano?», ou «Queredes ser portugueses?»; isto é, as perguntas que realmente há que responder. Mas o afám didático e o esforço comunicativo nom exclui um grande número de referências —bibliográficas e na rede— que permitem aprofundar nos temas que mais interessem à leitora. Entre elas destacam as citaçons de clássicos da cultura galega e, sobretodo, as comparaçons com outros conflitos linguísticos semelhantes. Ótima ferramenta para desatoar preconceitos rochosos. Com certeza, o reintegracionismo é o movimiento social galego que mais se esforçou nos últimos anos por transcender as fronteiras comunicativas e este livro é um bom exemplo desse trabalho de achegamento no discurso. Algo do qual deveria tomar nota o movimiento político encerrado no discurso para consumo interno e as linguagens privadas.
Finaliza o breviário com vários apêndices, entre os quais se conta o intitulado «Dificuldades da ortografia portuguesa». Nele desenvolve-se umha teoria já defendida por Eduardo S. Maragoto em algumha palestra: o de que, contra o tópico, «a ortografia portuguesa adapta-se melhor às falas galegas do que às falas de Portugal, do Brasil ou de Angola». Um novo e interessante argumento a debater.
Quês e porqués do reintegracionismo é, enfim, o presente ideal para aquelas pessoas que se acham à beira do salto do Ñ para o NH.

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